A repulsa ao islã é um fenômeno no mundo ocidental, concluem as mais recentes pesquisas. Da América à Ásia, todos sentem-se ameaçados com a presença e a propagação do islã no Ocidente
"O islã voltará à Europa como conquistador e vencedor depois de ter sido expulso duas vezes do continente", declarou um dos líderes do islamismo radical após a morte do sumo pontífice João Paulo II, prometendo conceder aos cristãos "apenas uma opção – aceitar o islão ou pagar a jizya (um imposto pago por não muçulmanos pelo direito de viver num país islâmico).
É evidente que tal prognóstico, outrora fantástico, pode transformar-se hoje numa realidade brutal. Alguns analistas consideram que a França, onde o número de franceses brancos que aceitaram o islã já ultrapassa 50 mil pessoas, possa tornar-se em breve o primeiro país islâmico na Europa Ocidental.
Os próprios europeus já se dão conta disso, testemunha uma recente pesquisa efetuada pela Fundação Bertelsmann. Sociólogos destacaram que a repulsão do islã é hoje um fenômeno do mundo ocidental. Mais de uma metade de espanhóis e de habitantes de Israel, assim como 42% dos americanos sentam ameaças de sua presença e propagação. Na Europa, o maior "grau" de repulsão do islã foi fixado na Espanha e na Suíça e o menor – na Grã-Bretanha (45%).
Quanto ao Reino Unido, tal tolerância em relação ao mundo islâmico explica-se pelo fato de ter sido interrogada apenas uma metade da população, enquanto a segunda é composta por imigrantes e representantes de minorias étnicas. Destaque-se que 620 mil britânicos brancos já abandonaram Londres nos últimos dez anos.
Existe uma opinião de que o islão avança firmemente pelo mundo graças a fortes tradições e ao espírito religioso no pano de fundo dos quais os europeus, que experimentam uma crise de valores da família e uma fome espiritual, aparecem muito mais fracos. Os recursos financeiros da comunidade islâmica desempenham também um papel importante na conquista do mundo praticamente pela força, aponta Yuri Tabak, escritor, perito em religião e analista do Bureau dos Direitos Humanos de Moscou:
"Diferentemente de outras religiões – do cristianismo ao judaísmo, o islã é atualmente uma religião expansionista. Em conformidade com suas ideias teológicas e práticas, o islã aspira a alargar a zona de sua influência, o que decorre em diferentes níveis: tanto ao nível de imigração, como ao nível de adeptos de movimentos bastante agressivos do islã, que tratam de interpretar o Corão e escrituras islâmicas sagradas, tentando encontrar indicações para conquistar o mundo pela força e construir um califado universal".
Sabe-se que de boas intenções o inferno está cheio. No decorrer de vários decênios, problemas demográficos e econômicos obrigavam os países da União Europeia a legalizar e até a propagandear a imigração de países muçulmanos. Políticos europeus consideravam indecente mesmo perguntar se a Europa contemporânea e o islã são compatíveis em princípio. Eles propagavam as ideias de tolerância e de multiculturalismo.
Samuel Huntington afirmava em seu livro "Choque de Civilizações"que a Europa e o islã são dois antípodas, duas civilizações antagonistas e hostis. Mas na União Europeia, pelo contrário, dominou a opinião de que a integração da diáspora muçulmana na sociedade europeia iria aproximar as civilizações cristã e islâmica. Na realidade, porém, tudo é absolutamente diferente.
Tais ideias otimistas foram argumentadas por exemplos, quando antigos imigrantes ou seus descendentes se inscreviam bem na realidade europeia, faziam uma carreira bem-sucedida e até se tornavam deputados do Parlamento Europeu. Mas tais exemplos, apesar de uma ampla propaganda, foram raros, sem refletir o quadro real e desorientando apenas a sociedade e a própria elite política da Europa Ocidental.
Contudo, como considera Anatoli Krassikov, politólogo, jornalista, perito em religião e dirigente do Centro de Estudo de Problemas Religiosos e Sociais da Academia de Ciências da Rússia, se a Europa dar passos sábios, o mundo muçulmano poderá ser um aliado firme e não um inimigo jurado:
"O islã, como tal, não é perigoso para a Europa. Mas no islã há muitas correntes diferentes e existe a charia. O abandono do islã a favor de uma outra religião é penado com a morte. O destino da Europa depende da atitude dos europeus para com estes novos imigrantes em seus territórios. Se poderão encontrar com eles uma linguagem comum? Com certeza, as repressões não ajudarão a alcançá-lo, o que não significa que se pode aceitar o terrorismo. Mas é possível e é necessário lutar contra o terrorismo em conjunto com muçulmanos, porque, no caso contrário, irá crescer uma onda de desconfiança e de hostilidade mútuas, o que pode levar a abalos mais sérios e não apenas na Europa, mas também em outros continentes".
Será que o crescimento da população muçulmana levará à islamização da Europa? Esta é uma questão que hoje preocupa muitas pessoas. Como já foi referido, muitos líderes islamitas radicais não duvidam disso. Contudo, vários políticos europeus fazem vista grossa a esta ameaça, fazendo de conta de que os muçulmanos não se distingam de outras minorias.
Mas o problema, cuja existência já é evidente, não poderá ser resolvido, se a Europa continuar a seguir mecanicamente este caminho. Tal atitude levará apenas ao isolamento de muçulmanos locais e ao reforço da influência do islão político, o que pode transformar-se em breve numa ameaça real para a existência da civilização europeia contemporânea.
Hoje em dia, tal desenvolvimento de acontecimentos ainda não é fatalmente inevitável e há esperanças de que a Europa, tal como o resto da Humanidade, não seja lançada para os tempos de guerras religiosas.
vozdarussia
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