É isso mesmo. O arquivista chinês Seng Lee, de 52 anos, registrou nesta semana os direitos autorais da Bíblia. Novo e Velho Testamento pertencem, agora, ao menos perante a lei chinesa, ao funcionário público da região de Xangai.
Seus argumentos
“Não entendo o porquê de tanta agitação. Os britânicos, assim como todos os europeus, em geral, se apropriaram de muitas peças de valor de outras culturas, como as múmias do Egito e as próprias cerâmicas chinesas, quando apontavam seus canhões para nós há dois séculos. Os brancos também registram patentes de plantas que estão em florestas tropicais de países subdesenvolvidos da América Latina e as maiores coleções sobre cultura africana pertencem a monarcas dos Países Baixos. ”, argumenta Lee, que é presidente da Associação Chinesa de Arquivistas Patriotas, de caráter ultranacionalista.
Direito Absurdo
Segundo especialistas em direitos autorais, o senhor Lee está se baseando na garantia de “irrefutabilidade”. “A garantia reside no fato de não haver manifestante real, obviamente, que vá se levantar como autor dos escritos. Quando o sujeito afirma que tem o direito à obra, se ninguém se manifestar contra isso, afirmando ser o autor, para o mecanismo do direito, o protesto é irrefutável, apesar de, no caso, logicamente absurdo.”, afirma Pablo Urqueza, espanhol radicado na China, professor de Ética Autoral da Univerdade de Pequim há mais de 15 anos.
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