ABUJA, Nigéria - Os homens da cidade que se envolveram com prostitutas nos últimos meses podem estar correndo sérios riscos. A polícia federal do país desbaratou uma quadrilha de “profissionais do sexo” que fazia comércio de preservativos usados que eram parte de práticas espirituais comuns no país.
Embora não tenha dados precisos, as informações divulgadas revelam que trabalhos de feitiçaria eram encomendados para gerar sérios problemas na vida dos homens. Entre as desgraças prometidas estavam à esterilidade, a impotência, crise conjugal, fracasso nos negócios e, em alguns casos, até a morte. Muitos deles tinham de recorrer aos próprios feiticeiros para “desfazer” o mal.
Após uma denúncia, os funcionários da Agência de segurança de Abuja em conjunto com a ONG Associação Contra a Prostituição e o Trabalho Infantil prenderam 104 suspeitas. Um funcionário da Agência, que pediu anonimato, disse que várias prostitutas tinham em mãos preservativos contendo sêmen fresco. Várias delas também estavam em posse de entorpecentes.
Uma delas, identificada como Joy, disse que o sêmen encontrado com algumas de suas colegas eram fonte de lucro. “Não sei por quanto eles vendem porque não estou nessa, mas elas ganham muito dinheiro. Eu não quero usar o sangue de ninguém, não sei o que o juju [feiticeiro] vai fazer com o esperma. Eu só faço programa, Não vendo o esperma.”
Embora nenhuma delas tenha explicado nos depoimentos como o comércio funciona, a polícia sabe que existem alguns rituais de magia amplamente divulgados que pedem que o “juju” use parte do corpo da pessoa que deseja atingir, seja um pouco de cabelo ou de sêmem, Há noticias também de que muitos desses feiticeiros usam as mulheres como escravas sexuais em rituais e inclusive enviam muitas delas para a Europa para trabalharem como prostitutas.
Entre o final de setembro e o início de outubro várias operações foram realizadas e a cada noite o numero de mulheres presas aumentava.
Embora a lei da Nigéria proíba a prostituição, não existe legislação sobre a venda de material humano, por isso nenhuma delas poderá responder a outro crime. As mulheres que não puderam pagar a fiança ficarão presas por até um mês. As que tinham dinheiro ou um advogado foram ouvidas e liberadas.
Grace Adogo, coordenadora da Associação Contra a Prostituição e o Trabalho Infantil diz que existem trabalhos específicos com essas mulheres para que deixem a prática da prostituição. Porém, além da questão financeira, pois muitas sustentam suas famílias com o dinheiro ganho nas ruas, existe ainda a questão cultural/espiritual.
Ela narra que em alguns casos, as mulheres levadas para tratamento dizem que não conseguem ficar sem se prostituir porque “sentem necessidade de estar com muitos homens”.(Gospel Prime)
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