Expulso da igreja Testemunhas de Jeová em 2004, João Inácio Santos Neto, de 41 anos, executou com facadas, no último sábado, sua ex-mulher, a professora Elizabeth Duhau Rêgo, de 39. Dizendo ser o último integrante de um grupo de “144 mil pessoas que entrarão no reino dos céus”, ele acusava a vítima e outros fiéis da igreja de seguir uma falsa doutrina religiosa.
O crime ocorreu em uma casa no bairro Recanto dos Eucaliptos, em Paty do Alferes. O caso só foi descoberto pela polícia na terça-feira, quando João se entregou na 96 DP ( Miguel Pereira).
- Não ia me entregar. Tinha até produzido alguns álibis. Porém, na noite de segunda-feira, tomei a decisão que Jeová me permitiu. Se ficasse solto, continuaria nos meus julgamentos. Não me arrependo, porque foi uma coisa planejada. Ia passar para os homens. Ela (Elizabeth) foi a primeira vítima porque havia sido minha mulher e conviveu comigo - afirmou João.
Ele citou a Bíblia
O assassino confesso, que teve prisão decretada pela Justiça, contou ao delegado Eliezer Lourenço Costa que obrigou a vítima a ficar de joelhos antes de desferir a última facada. Citando o décimo versículo do 17 capítulo do livro Levítico, da Bíblia (”Ele deve derramar o seu sangue e cobri-lo de terra. Não deveis tomar o sangue de carne alguma, pois a vida de toda carne é o seu sangue”), João disse que a ex-mulher traiu mandamentos de Deus.
João atacou a ex-mulher usando luvas cirúrgicas, quando ela abriu a porta da cozinha. Depois de levar uma facada na barriga, Elizabeth foi arrastada para a sala, onde acabou sendo morta.
- Fiz o inquérito e a matei - disse João.
Elizabeth foi enterrada na terça no Cemitério do Catumbi, no Rio. Uma amiga da vítima disse que João foi expulso da igreja porque agredia freqüentemente a professora e teria se viciado em cocaína. Testemunhas de Jeová foram procurados, mas não quiseram comentar o caso.
Professoras da Escola Edmundo de Macedo, onde Elizabeth dava aulas, disseram que a vítima era uma excelente profissional. (Fonte: Extra)