continuam apesar do toque de recolher. Pelo menos 11 pessoas foram
mortas e mais de 1.500 ficaram desabrigadas, enquanto 14 igrejas, 8
paróquias, um mosteiro e inúmeras casas de cristãos foram demolidos
durante um fim de semana violento em sete bairros muçulmanos de Bauchi.
A violência irrompeu após um incêndio em um mosteiro na manhã de
sábado, 21 de fevereiro. Embora tenha sido atribuído a cristãos,
acredita-se que foi causado por militantes procurando um pretexto para
violência, como retaliação aos acontecimentos de novembro de 2008 em
Jos, quando muçulmanos foram mortos ao desafiarem o toque de recolher
estabelecido pelo governo.
Fontes locais informaram que em 13 de fevereiro, uma igreja no
subúrbio de Bauchi pediu que um mosteiro recém-construído parasse de
usar o terreno da igreja como estacionamento. Isso enfureceu os
muçulmanos, que ameaçaram “vingar o que aconteceu em Jos”. Semanas
antes, duas igrejas haviam sido demolidas e incendiadas.
Devido ao aumento da violência, o reverendo Turde pediu a imposição
de um toque de recolher urgente na cidade. No entanto, o governador Isa
Yuguda o determinou para apenas sete bairros, permitindo que os saques
e incêndios continuassem no resto da cidade. Relatórios indicam que os
agressores continuaram indo de igreja em igreja, de casa em casa,
incendiando e atacando seus ocupantes durante todo o fim de semana.
Apesar do toque de recolher, fontes afirmam que os seguranças não
estavam em número suficiente. Pelo menos uma pessoa foi morta em 23 de
fevereiro, e há rumores de que existam “homens armados se escondendo na
floresta”, o que faz com que a comunidade cristã tema mais ataques.
Muitos cristãos estão indo para Jos, onde a maioria é cristã, por
segurança. Outros desabrigados estão indo para acampamentos militares e
quartéis da polícia em Bauchi.
O chefe executivo da Christian Solidarity Worldwide Nigéria,
reverendo Yunusa Nmadu, disse: “Os cristãos de algumas regiões da
Nigéria ficam mais inseguros à medida que os oficiais eleitos se
preocupam mais em servir o interesse de um grupo religioso em
detrimento ao outro, do que em assegurar que todos os cidadãos
nigerianos desfrutem da liberdade religiosa garantida pela
constituição. Os constantes assassinatos em Bauchi e o silêncio das
autoridades diante deles auxiliam pouco na dissipação dessa ansiedade.
É fundamental que o governo tome atitudes imediatas para garantir a
segurança da comunidade cristã, levando uma quantidade maior de tropas
até a área para acabar com a violência, e auxiliando aqueles que
perderam tudo”.
Tradução: Deborah Stafussi
Fonte: Portas Abertas
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