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Destino e segurança do estoque de armas químicas da Síria colocam Israel em alerta, temendo que caiam em mãos de ativistas e terroristas. Por outro lado, também a própria Síria ameaça com uso de armas químicas caso venha a sobres ataque externo, aumentando sensivelmente a tensão aumenta na região.
O Tenente-general Banny Gantz ameaçou com 'ofensiva mais ampla' se armas caírem em mãos erradas ou depósitos sofrerem ataque; forças sírias usam aviões de guerra em Aleppo
O chefe militar de Israel, o tenente-general Benny Gantz, advertiu nesta terça-feira que um ataque aos depósitos de armas químicas da Síria poderia levar o Estado judeu a uma guerra mais ampla, aconselhando moderação depois de funcionários do alto escalão israelense declararem estar preparados para atacar para evitar que esse tipo de armamento caia nas mãos de militantes.
A declaração é uma resposta à ameaça feita segunda-feira pelo governo sírio de que usaria armas químicas e biológicas se o país sofresse um ataque estrangeiro. Israel teme que militantes como o do Hezbollah, movimento armado xiita do Líbano aliado de Damasco, apoderem-se das armas químicas da Síria e acarretem um aumento da violência que pode vir a se espalhar pela região.
Gantz disse a parlamentares do Comitê de Relações Exteriores e Defesa que o Exército sírio intensificou a segurança do país sobre os estoques de armas químicas.
“Até agora, eles mantêm o controle dessa rede. Eles estão protegendo e reforçando a segurança sobre os estoques, que não chegaram ainda a mãos indesejáveis, apesar de que isso pode mudar”, disse Gants, de acordo com o site das Forças Armadas sírias.
Israel continuará monitorando a situação, mas procederá com cuidado para evitar uma situação de “ofensiva mais ampla do que planejamos”, segundo um comunicado do site que resume suas declarações.
Nos últimos dias, o primeiro-ministro de Israel, Benajmin Netanyahu, e o ministro de Defesa Ehud Barak alertaram que Israel estaria pronto para atacar depósitos de armas químicas da Síria para evitar que militantes se apoderassem deles.
Na tentativa de tranquilizar Israel, Amos Gilad, membro do Ministério da Defesa israelense, disse que o regime sírio controla "plenamente" o seu arsenal de armas químicas e que o Hezbollah "não tem armas químicas da Síria".
A Rússia também alertou nesta terça-feira a Síria para que não use armas químicas, dizendo que Moscou dá como certo que o governo sírio vai respeitar suas obrigações internacionais. Em um comunicado, o Ministério de Relações Exteriores russo afirmou que a Síria ratificou um protocolo internacional em 1968 que proíbe o uso de gases venenosos como método de guerra.
Damasco, no entanto, não assinou uma convenção internacional de 1992 que proíbe a utilização, produção ou estocagem de armas químicas, mas oficiais, no passado, negaram que tivessem qualquer estoque.
Os rebeldes sírios acusaram o regime de Assad de ter transferido armas químicas para as fronteiras do país, no dia seguinte à ameaça de Damasco de usá-las em caso de "agressão externa". Sem dar mais detalhes, o Exército Livre da Síria afirmou que o regime "transferiu algumas armas (químicas) e equipamentos de mistura de componentes químicos para aeroportos na fronteira".
As acusações ocorrem no momento em que o governo sírio nomeiou o general Ali Mamluk como novo chefe dos serviços de segurança depois de um atentado na quarta-feira que matou o ministro da Defesa da Síria, Dawoud Rajha, seu vice, Assef Shawkat, e o ex-ministro da Defesa Hassan Turkmani. Na sexta-feira, o governo sírio anunciou que o major-general Hisham Ikhtiar, que chefia o Departamento de Segurança Nacional, morreu por causa dos ferimentos do ataque de quarta contra o prédio que abriga a sede da Força de Segurança Nacional no centro de Damasco.
Aviões de guerra
Nesta terça-feira, aviões de guerra bombardearam áreas do leste da segunda maior cidade da Síria, Aleppo.
Segundo a BBC, o ataque com aviões de guerra é visto como uma escalada significante do conflito. Helicópteros de combate estão envolvidos nos conflitos de Aleppo, segundo o correspondente da BBC, Ian Pannell, que está em zona fora da cidade. Choques foram reportados também perto da Cidade Antiga de Aleppo.
Ameaça: Síria adverte que usará armas químicas se sofrer ataque externo
Tropas pró-governo bombardearam a cidade que é considerada o centro comercial da Síria com foguetes, na tentativa de retomar o controle de distritos que estão nas mãos dos rebeldes.
No fim de semana, rebeldes opositores ao governo da Síria lançaram uma ofensiva na tentativa de tomar o controle da cidade que está nas mãos das forças sírias.
A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, disse que ganhos territoriais feitos pelos rebeldes podem eventualmente resultar em um “refúgio seguro” dentro da Síria. “Temos de trabalhar perto da oposição, porque mais e mais territórios vêm sendo tomados”, disse em Washington.
Violência
A violência nesta terça-feira deixou ao menos 80 mortos no país, sendo 20 em Aleppo, segundo o Comitê de Coordenação Local.
Cerca de 13 morreram em uma revolta na prisão de Aleppo, de acordo com ativistas, quando forças de segurança abriram fogo e usaram gás lacrimogêneo contra os presos. Explosões e ataques também foram reportados no presídio em Homs, onde houve um motim similiar.
O aumento da violência na Síria fez com que milhares de sírios fugissem para países vizinhos, como Jordânia, Turquia, Líbano e Iraque.
Nesta terça-feira, o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur) disse que o número de pessoas que tiveram de deixar seus lares desde o início do conflito armado na Síria, rumo a outras partes do país, pode chegar a 1,5 milhão.
"Repassamos os números do Crescente Vermelho que indicam que entre 1 milhão e 1,5 milhão seriam deslocados internos na Síria", afirmou em coletiva a porta-voz do Acnur, Melissa Fleming. A agência da ONU afirmou ainda que mais de 10 mil iraquianos refugiados na Síria voltaram a seu país nos últimos seis dias fugindo da violência.
O Acnur iniciou um serviço de retorno ao Iraque de ônibus, enquanto o governo iraquiano estabeleceu uma ponte aérea para retirar seus cidadãos do país vizinho. Aos que ficaram na Síria, o Acnur dá uma "ajuda financeira" para que comprem produtos de primeira necessidade e comida.
Nos primeiros seis meses do ano, 13 mil iraquianos voltaram a seu país. Antes do conflito, o Acnur tinha 80 mil refugiados iraquianos registrados na Síria. (Portal iG com informações AP, EFE e BBC)
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