Enquanto o presidente americano Barack Obama considera que um ataque faria o Irã “posar de vítima”, Benjamin Netanyahu defende novas sanções e advertência militar.
O vice-primeiro-ministro e ministro de Serviços de Inteligência, Dan Meridor, defendeu nesta sexta-feira um aumento das sanções para pôr fim ao programa nuclear do Irã e afirmou que o país deve perceber que, se não modificar sua política, um ataque militar “é uma possibilidade real”. Meridor, contudo, não disse quanto tempo resta para que essa ação, apoiada por senadores americanos, seja tomada.
“Os iranianos devem saber que é sério, que se não modificarem sua política, será uma possibilidade real”, afirmou Meridor em entrevista publicada nesta sexta-feira pelo jornal francês Le Monde. O ministro, porém, não quis dar mais detalhes sobre a ‘opção militar’. “Não porque não exista, pelo contrário, mas porque talvez seja inclusive contraproducente falar publicamente”, disse.
Benjamin Netanyahu, que deve se reunir na segunda-feira com Obama, declarou nesta semana que o programa nuclear iraniano será o principal assunto deste encontro com o presidente americano.
“O Irã segue avançando rapidamente e com arrogância em seu programa nuclear, depreciando completamente as decisões da comunidade internacional”, disse nesta semana o primeiro-ministro israelense, que costuma dizer que reserva “todas as opções” diante desta ameaça.
Barack Obama, advertiu contra toda ação que possa permitir ao Irã se apresentar como uma “vítima”, em uma entrevista publicada nesta sexta-feira, a três dias de uma visita a Washington do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu.
“Em um momento em que o Irã não goza de muita simpatia, e onde seu único aliado (a Síria) está em plena ebulição, vamos querer uma distração que permita ao Irã se apresentar como vítima?”, questionou Obama em uma entrevista à revista The Atlantic, na qual também garantiu que Israel sabe que ele não blefa quando fala de opor-se às ambições nucleares de Teerã.
Em relação à pressão internacional contra os planos nucleares do Irã, acusado de estudar produzir uma bomba atômica, o ministro considerou ‘inegável’ que por enquanto não tenha apresentado resultados, o que não significa que não serão obtidos. “Se as sanções enviam claramente aos iranianos a mensagem determinada e persistente de que não obterão a bomba e que o preço que devem pagar não para de aumentar, tendo a pensar que podem reconsiderar sua decisão”, afirmou o ministro israelense e membro do partido conservador Likud.
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